
Imagine-se em uma reunião, onde todos falam sobre “briefings”, “deadlines” e “KPIs”. Sentir-se por fora pode ser desmotivador, não é?
Por isso, convidamos você a embarcar nesta jornada de aprendizado. Ao compreender esses jargões corporativos (corporativês), mostra que você está alinhado com a cultura organizacional, evita mal-entendidos e melhora a fluidez na comunicação entre equipes. Mais do que “falar bonito”, é uma questão de eficiência, clareza e conexão no ambiente de trabalho.
Portanto, dominar o “corporativês” (jargões corporativos) não é apenas uma formalidade, é um passo poderoso para você se conectar, ser compreendido e, de fato, prosperar em sua jornada.
CONFIRA AOS PRINCIPAIS “CORPORATIVÊS” QUE VOCÊ VAI OUVIR NO TRABALHO
Por isso, listamos aqui alguns jargões corporativos mais populares que você certamente vai ouvir (e usar!) em algum momento da sua trajetória profissional.
BENCHMARKING: O termo vem do inglês benchmark (“referência”) e consiste em analisar as melhores práticas do mercado. Observar o que outras empresas estão fazendo bem é uma forma inteligente de absorver aprendizados e elevar a eficiência dos próprios processos. Muito usado no planejamento estratégico, o benchmarking é como aprender com quem já percorreu o caminho — não para copiar, mas para se inspirar e inovar com propósito. É uma maneira proativa de se manter relevante, competitivo e em constante evolução, buscando não apenas igualar, mas superar as referências do mercado.
📌 Exemplo: A equipe de operações estudou os processos logísticos de empresas líderes do setor para implantar um modelo de entrega mais ágil e eficiente, com base no benchmarking realizado.
BRIEFING: Todo grande projeto começa com clareza. O briefing é um documento ou conversa que resume os objetivos, prazos, demandas e expectativas de um projeto. Em tradução livre, significa “resumo” — e é essencial para alinhar a entrega de um trabalho. Um briefing bem feito evita retrabalhos, otimiza o tempo e garante que o resultado final esteja perfeitamente alinhado com o que o cliente ou a equipe esperam. É a ferramenta que transforma uma ideia em um plano de ação claro, executável e compartilhado.
📌 Exemplo: Antes de começar a nova campanha publicitária, a equipe de marketing reuniu-se com o cliente para entender o público-alvo, a linguagem desejada e o cronograma — tudo registrado em um briefing detalhado.
DEADLINE: Vindo da junção das palavras dead (morto) + line (linha), deadline significa “linha final”. Apesar do tom formal, o significado é simples: é o prazo final para a conclusão de uma tarefa, projeto ou meta. Entender e respeitar os deadlines é fundamental para a credibilidade profissional e o sucesso dos projetos. É a garantia de que o trabalho será entregue no tempo certo, permitindo que a próxima etapa aconteça sem atrasos.
📌 Exemplo: O relatório de desempenho precisava ser entregue até terça. A equipe se organizou para cumprir o deadline sem atropelos.
ESCALAR: No universo das startups, inovação e tecnologia, escalar significa crescer com eficiência. Trata-se de expandir uma iniciativa de forma estruturada, sustentável e sem aumentar os custos proporcionalmente. Ou seja, transformar algo que funciona em pequena escala em uma operação capaz de atender a uma demanda muito maior, mantendo a qualidade. Escalar é o caminho para multiplicar impacto e resultados.
📌 Exemplo: Após testar o curso online com um grupo piloto, a empresa decidiu escalar a solução para toda a base de clientes.
FEEDBACK: Poucas palavras têm tanto impacto — e tantas interpretações — no ambiente corporativo quanto feedback. Dar ou receber feedback significa oferecer um retorno sobre comportamentos, atitudes ou entregas.
Ele pode ser:
✅ Positivo, para reconhecer e reforçar o que está funcionando bem;
🔄 Construtivo, para apontar pontos de melhoria com respeito e clareza.
O objetivo do feedback não é criticar ou dar uma “bronca disfarçada”, mas contribuir para o desenvolvimento da outra pessoa. Um bom feedback é estruturado, específico e focado em comportamentos observáveis — evitando julgamentos pessoais ou generalizações.
📌 Exemplo: O gestor elogiou a apresentação e deu um feedback construtivo sobre o tempo de exposição, incentivando a melhoria contínua.
FOLLOW-UP: O termo follow-up (em inglês, “acompanhamento”) refere-se a dar continuidade a algo que já foi iniciado. Mas mais do que uma simples checagem, fazer follow-up é garantir que o que foi combinado está avançando como deveria, sem ser esquecido, travado ou abandonado. É uma prática de responsabilidade, atenção e compromisso com os resultados.
📌 Exemplo: Depois da reunião com o fornecedor, Carla fez um follow-up por e‑mail para confirmar os próximos passos.
KPI (Key Performance Indicator): No mundo corporativo orientado a dados e resultados, os KPIs — sigla em inglês para Key Performance Indicators (“Indicadores-Chave de Desempenho”) — são métricas utilizadas para avaliar o desempenho de ações, processos ou áreas. São eles que indicam se estamos no caminho certo e o quanto falta para alcançar os objetivos. Os KPIs ajudam a transformar dados em decisões, promovendo clareza e foco no que realmente importa.
📌 Exemplo: O KPI de satisfação do cliente mostrou melhora após a implementação do novo sistema de atendimento.
MINDSET: Do inglês, mindset significa “mentalidade” — o conjunto de crenças, atitudes e padrões de pensamento que moldam como você percebe o mundo e reage a ele. No palco da vida profissional, suas habilidades técnicas podem abrir o primeiro ato, mas é seu mindset que determina quanto tempo você permanece em cena. Essa poderosa programação mental — popularizada pela psicóloga Carol Dweck — vai além de um jargão motivacional: é o alicerce invisível que define como você lida com desafios, oportunidades e fracassos. Com autoconhecimento, prática e intenção, é possível reprogramar seu mindset. Mudar a mentalidade é o primeiro passo para mudar atitudes, hábitos e resultados.
📌 Exemplo: Mesmo após o fracasso da primeira tentativa, o time manteve o mindset de crescimento e ajustou a estratégia.
NETWORKING: No cenário profissional, networking é uma habilidade tão importante quanto qualquer competência técnica. Vai além de trocar cartões de visita ou adicionar perfis no LinkedIn: trata-se de cultivar relações profissionais com propósito. Vai além de fazer contatos: envolve construir uma rede sólida de conexões que pode abrir portas, gerar parcerias e facilitar oportunidades. Um bom networking é feito com autenticidade, generosidade e visão de longo prazo.
📌 Exemplo: Durante um evento de inovação, João ampliou seu networking e encontrou parceiros para um novo projeto.
PIPELINE: No mundo dos negócios, oportunidades não viram vendas por acaso — elas seguem um caminho estratégico chamado pipeline (“tubulação”, em inglês). O pipeline é uma representação visual e estruturada das etapas que um lead (potencial cliente) percorre no processo comercial. Vai desde o primeiro contato até o fechamento da venda (e além). Mais que um jargão, é uma ferramenta prática que guia equipes e aumenta a previsibilidade dos resultados.
📌 Exemplo: O gerente de vendas acompanhou o pipeline da equipe para identificar gargalos e acelerar as negociações em andamento.
ROI (Return on Investment): Muito utilizado em marketing, finanças e gestão, o ROI — Return on Investment, ou “Retorno sobre o Investimento” — mede o lucro gerado em relação ao valor investido. É uma forma objetiva de avaliar se os recursos foram bem aplicados e se geraram impacto positivo. Medir o ROI é um exercício de responsabilidade e visão de longo prazo. Afinal, cada real investido carrega uma expectativa — e o sucesso está em transformar essa expectativa em resultado.
📌 Exemplo: A empresa calculou o ROI da campanha e descobriu que para cada real investido, obteve quatro reais em retorno.
STAND-BY: Do inglês, stand-by significa “em espera”. No mundo corporativo, dizer que algo está em stand-by é afirmar que determinada tarefa, decisão ou projeto está temporariamente pausado, aguardando aprovação, definição de prioridade, orçamento ou o momento certo para seguir. Manter algo em stand-by pode ser uma estratégia — desde que não vire esquecimento.
📌 Exemplo: A contratação do novo analista está em stand-by até a aprovação do orçamento pela diretoria.
STORYTELLING: Mais do que contar histórias, o storytelling é sobre criar experiências que conectam. É a habilidade estratégica de organizar ideias em narrativas envolventes que inspiram decisões, mobilizam pessoas e criam conexões emocionais. Seja para apresentar resultados, vender um produto ou engajar uma equipe, quem domina essa arte tem um diferencial poderoso: a atenção do público. O storytelling transforma mensagens em memórias.
📌 Exemplo: Na apresentação para o cliente, Mariana usou o storytelling para mostrar como o produto havia mudado a vida de um usuário real.
SINERGIA: Do grego synergos, que significa “trabalhar junto”, a sinergia representa o efeito positivo da colaboração entre pessoas, equipes ou áreas. É quando o trabalho conjunto gera um resultado superior ao que cada parte poderia alcançar isoladamente. Mais do que uma ideia bonita, sinergia é uma prática essencial em ambientes que valorizam cooperação, inovação e crescimento coletivo.
📌 Exemplo: A sinergia entre os departamentos de marketing e tecnologia foi essencial para o sucesso do lançamento do app Escrita Fácil.
SUBIR A RÉGUA: Essa expressão, comum no vocabulário corporativo, é usada quando se deseja elevar o nível de exigência, qualidade ou desempenho — seja em um projeto, entrega, processo, equipe ou comportamento. Na prática, é um convite (ou uma cobrança) para sair do padrão mediano e buscar um novo patamar de excelência. Subir a régua é sinônimo de buscar o melhor — sempre.
📌 Exemplo: Após o feedback da diretoria, a equipe de produto decidiu subir a régua no desenvolvimento das novas funcionalidades.
COMO É QUE NASCE O “CORPORATIVÊS”
Imagine um ambiente onde prazos são curtos, decisões precisam ser rápidas e equipes diversas precisam se entender. É nesse contexto que surgem expressões como “vamos escalar esse projeto”, “esse projeto esta stant-by” ou “precisamos subir a régua”. Elas são formas resumidas de dizer muito em poucas palavras.
Muitas vezes, essas expressões vêm de traduções diretas do inglês (follow-up, mindset, benchmark), do mundo das startups e da gestão empresarial. Outras surgem de metáforas ou até de brincadeiras que ganham força com o uso repetido.
Com o tempo, esses termos espalham e passam a fazer parte do dia a dia de muitos profissionais — principalmente em áreas como negócios, gestão, comunicação e tecnologia.
COMUNICAÇÃO QUE CONECTA
O corporativês não é um problema em si — o excesso é.
Os jargões corporativos funcionam como uma espécie de “atalho linguístico” — facilitam a comunicação entre quem está familiarizado com os termos, mas podem excluir ou confundir quem não os domina. Eles refletem a cultura organizacional e, em alguns casos, ajudam a transmitir ideias complexas de forma rápida. No entanto, quando usados em excesso, podem soar artificiais e distanciar colegas e clientes, prejudicando a comunicação e a produtividade.
Na pratica, a melhor comunicação é aquela que todos entendem e que realmente conecta priorizando a clareza acima de tudo. Saber usar o corporativês com consciência é importante — mas mais ainda é adaptar a linguagem ao seu público e manter sempre o foco na clareza, na empatia e no diálogo real.
Fonte: #NaPrática / Valter Patriarca

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